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Métodos contraceptivos e a Liberdade sexual

Os métodos contraceptivos sempre foram buscados e utilizados no mundo por casais de todos os tipos. Em 1300 a.C., os egípcios produziam um preservativo semelhante à camisinha, feito de linho, pele e materiais vegetais. No século II a.C., os romanos faziam o mesmo usando intestinos de cordeiro e bexigas de cabra.


A primeira pílula contraceptiva foi aprovada para comercialização nos Estados Unidos em 1960. Para a maioria das mulheres, isso significou não apenas a prevenção da gravidez indesejada como também a famosa “liberdade sexual” feminina. Os anticoncepcionais foram considerados um grande passo para o feminismo, uma vez que a partir daquele momento seria possível que as mulheres fizessem a sua escolha e tivessem controle sobre quando ou se teriam um filho afinal.


Em “O Feminismo é para todo mundo”, Bell Hooks também mostra a importância da autonomia sobre o corpo como ponto de partida para a liberdade. “A liberdade sexual feminina requer um controle de natalidade confiável e seguro. Sem ele, as mulheres não podem exercer o controle total do resultado da atividade sexual”, escreve.



A Liberdade Sexual feminina foi vista por muitos homens e muitas famílias conservadoras como um movimento favorável à promiscuidade, uma vez que essas mulheres agora poderiam ter relações sexuais com homens sem consequências evidentes como uma gravidez, significando, além do controle do resultado da atividade sexual, o controle da própria atividade sexual em si. Na verdade, seria possível agora apenas que mulheres pudessem escolher seus parceiros sexuais, o que de nada tem a ver com promiscuidade.


Com o passar dos anos e dos avanços da medicina, atualmente a liberdade das mulheres se tornou ainda maior, visto que ainda há a liberdade de escolha entre os métodos, com o surgimento do DIU e seus variados modelos e usabilidades para diferentes mulheres e corpos. Juntamente com a utilização de métodos que previnem a gravizez, a utilização da mundialmente conhecida “camisinha” também passou a ser muito utilizada por mulheres na prevenção de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). Isso significava também o controle sobre o próprio corpo e uma das diversas maneiras de mantê-lo saudável para si mesma.


No Brasil, muitos dos métodos contraceptivos ficam disponíveis gratuitamente à comunidade por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Infelizmente, por ser um assunto considerado como tabu para muitos grupos sociais, isso não é muito difundido e levado ao conhecimento de todos. A educação sexual para meninas que ainda não iniciaram sua vida sexual ativa também é essencial para que elas possam entender sobre consentimento e formas de se proteger; assim como para os meninos aprenderem sobre respeito e a importância de escutar.



A educação sexual para crianças e adolescentes pode diminuir significativamente a incidência de gravidez na adolescência assim como a gravidez indesejada como um todo. Também seria importante contra a disseminação das IST’s, esclarecendo mitos e ensinando a se prevenir.


Todas as variedades de métodos existentes para se evitar uma gravidez trouxeram às mulheres mais poder de escolha e mais segurança para poderem usufruir de sua liberdade sem medo. Assim posto, esse assunto deve ser cada vez mais disseminado, para que assim, o maior número possível de mulheres também possam encontrar esta liberdade.





Maria Clara Valadares Costa

Ciências Sociais - UFMG





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