top of page

Mulheres no Mundo Gamer: O Desafio de Sempre

Assim como no trabalho, na rua, em casa, as dificuldades e as lutas das mulheres acontecem também no mundo digital, mais especificamente nesse caso, nas plataformas de jogos.

Na década de 50 foi o início do desenvolvimento de jogos digitas. Em 1972, foi criado o primeiro videogame da história, o Magnavox Odyssey, com diversos jogos de esporte e tiro com o objetivo de atrair o público masculino. Entretanto, somente em 1978, os videogames tiveram a primeira mulher desenvolvedora de jogos, a engenharia computacional, Carol Shaw.

Os jogos digitais deixaram de ser somente uma diversão, para se tornar o trabalho de muitas pessoas, seja como jogador (a) ou steamer (pessoas que realizam transmissão de jogos em alguma plataforma). De acordo com a NewZoo, o Brasil é líder na América Latina no mercado de games e está em 13º colocado no ranking mundial, o mercado nacional terá uma receita de 2,3 Bilhões de dólares em 2021.

Desde então, a mulher luta por espaço e principalmente respeito, mesmo sendo a maioria no cenário gamer brasileiro, segundo a Pesquisa Videogame Brasil feita em 2021, as mulheres correspondiam a 51,5% do público geral, porém as mulheres só são maioria quando se trata de jogos em smartphones. Uma outra pesquisa importante feita pela Lenovo é de que 59% das jogadoras costumam esconder seu gênero durantes os jogos para evitar importunação sexual.

Além disso, existe o problema da falta de representatividade feminina nos jogos, e quando existe nem sempre é de maneira positiva. Na maioria dos jogos, ainda existe a sexualização das personagens, sempre com roupas curtas, apertadas e em algumas situações a princesa que precisa ser salva pelo protagonista do jogo.


Personagens femininos do jogo Overwatch

Contudo, os problemas relacionados a importunação sexual acontecem até mesmo de quem cria os jogos. A empresa Blizzard, responsável pela criação de alguns jogos famosos como Overwatch, Diablo, World of Warcraft, entre outros, se envolveu em uma polêmica recentemente, onde funcionários foram denunciados por assédio sexual. O que levou a empresa a trocar o nome de um dos personagens do jogo Overwatch, Jesse McCree, ele receberá um novo nome, pois o funcionário que havia sido homenageado na criação do personagem, foi denunciado por assédio sexual e demitido da empresa, nessa ocasião mais de 20 funcionários foram demitidos.

Apesar das dificuldades, as mulheres vêm consumindo cada vez mais jogos e tendo uma maior presença feminina, o que causa impacto no mercado. Amanda Dantas, conhecido como Branca, revelou em uma entrevista que "Competitivo feminino ainda é um pouco desvalorizado, geralmente nos campeonatos você sente uma diferença muito grande, até de premiação, de tudo. Mas aos poucos a gente vem conquistando um pouco mais de espaço".

Em entrevista ao site JovemPan, Mariana Sabia, conhecida como “LittleZ” disse “No jogo mesmo, tinha várias pessoas me xingando, mandando eu ir lavar a louça, falando que ali não era lugar de mulher. Isso vem desde sempre. Desde que eu aprendi a jogar”

Assim como na internet de modo geral, a comunidade gamer é muito conhecida por ser “tóxica”, por existir a sensação de impunidade, gera a coragem para dizer o que quiser. Com isso, as punições dentro das plataformas precisariam acontecer de forma ágil e séria. Enquanto isso, as mulheres vão continuar sofrendo pela impunidade dentro e fora da internet.

Nesse link da Globo Esports estão algumas indicações de streamers e jogadoras para a gente apoiar e acompanhar ge.globo.com/esports/noticia/20-streamers-mulheres-para-acompanhar-e-assistir-em-lives.ghtml.


Milena da Silva dos Santos

Ciências Econômicas - UFMG

7 views0 comments

Recent Posts

See All
bottom of page